sábado, 10 de março de 2012

Encontro VI

INTERDISCIPLINALIDADE - foi a primeira palavra na terça, dia 6 de março, que fez uma coisa levar à outra na última reunião.

A Suzana levantou uma discussão (que deve ser seu objeto de estudo no mestrado) a respeito do teatro como ferramenta de ensino a serviço de outras matérias. Muitas vezes falamos sobre isso pejorativamente ao longo de nosso trajeto na universidade. Nada mais justo afinal, ali é o espaço para entender as especificidades da nossa disciplina e aprender a defendê-las frente a escolas que solicitam constantemente ao professor de teatro que faça a pecinha do dia da mulher, da Páscoa, das mães, etc. A propósito, feliz dia Internacional das Mulheres! 
Por outro lado, não podemos ignorar e até mesmo descartar a potencialidade da nossa disciplina no ensino de outras matérias. Acreditamos que o jogo é sempre uma ferramenta poderosa para o ensino de qualquer modalidade, especialmente quando a discussão do ensino de muma maneira geral é que os alunos aprendam a raciociar de forma a não precisar classificar e separar tudo em gavetas. 
Falamos da resposnsabilidade do pofessor de teatro na hora de apresentar a versatilidade das Artes Cênicas; do respeito e do cuidado nesse ponto para não acabar mostrando uma relação de superioridade e inferioridade entre os estilos de linguagens - relação essa muitas vezes utilizada por professores universitários no chamado Efeito Homeopatia - Alopatia. Essa terminologia divertida, que fez todos na sala da Luiza fazerem ÃN? nos foi apresentada pela Suzana que associa essa abordagem à medicina, onde muitos profissionais de saúde trabalham de forma a negar outras linhas de tratamento. É como se houvesse apenas uma forma correta de se tratar, jamais a possibilidade de complementação entre as diversas linhas.

Citamos novamente o Paulo Freire e sua metodologia que aproveita o que o aluno traz de sua experiência pessoal. Relembramos as diferenças entre Jogo Dramático e Jogo Teatral.

Fui dar uma olhada pela internet para incrementar o nosso blog e encontrei essa explicação que me pareceu bastante razoável:

Jogo dramático e jogo teatral - Serão o mesmo com palavras diferentes ou significarão jogos diferentes?
 
No nosso entender existem diferenças e, ainda que digam respeito ao mesmo, fazem-no de modo distinto. A diferença entre o jogo dramático e o jogo teatral é praticamente a mesma entre uma bicicleta de estrada e uma bicicleta estática.
As duas movem os mesmos músculos, mas uma está sujeita ao imprevisto, ao ar, ao mundo e a outra não. A exposição e confronto e diálogo com o mundo é o factor determinante desta diferença. Numa bicicleta estática o centro somos nós que nos movemos; numa bicicleta de estrada o centro é... a estrada, o mundo. Há uma exposição, uma luta silenciosa.
Com o jogo tanto dramático como teatral estas questões também se pôem: a criança quando começa a brincar dramaticamente ao faz-de-conta, é para si que o faz, não o faz em diálogo, mas em interpelação a si mesma. Esta interpelação é exactamente o que podemos equiparar ao exercício da bicicleta estática.
Mas se o jogo de faz-de-conta implicar uma plateia, que envolva mostrar a uma plateia tal e tal realidade e não somente mostrá-la a si própria, então essa será a nossa bicicleta de estrada, a fazer o mesmíssimo esforço que na estática, mas a dialogar com o declive, o ar frio, o esforço e os sons.
Num é o exercício que importa, no outro é a comunicação que interessa.

FONTE:

E dali fomos levados para a cada vez mais habitual troca de jogos. estavam entre eles:
  • Bola Frase
  • Parlenda da Velha
  • Antropofagia
  • Quem chama não toca ou Quem toca não chama
  • Caixa Surpresa
  • Passagem do pulso ou Choque

Ouvimos a história do rei e seu Ministro e falamos um pouco de como as aulas são enriquecidas quando adicionamos pequenas narrativas, piadas, textos que sirvam de apoio ao trabalho do dia, retornando mais uma vez ao ponto em que começou a reunião - interdisciplinalidade. No caso dessa história, existe uma aula interira que pode ser desenvolvida em cima dela, assim como a Parlenda da Velha. 


Vou registrar aqui a Parlenda da Velha, que aprendemos com o professor de música Helder e com a professora da licenciatura Gyata:


Uma velha muito velha com o nariz sujo de barro foi contar pra minha mãe que eu pitava no cigarro. Minha mãe me deu uma surra, me botou no taquaral onde tinha bicho feio que queria me matar. 

Era tarde quando encerramos a reunião e mais uma vez, tragicamente, esquecemos de tirar nossa foto! Isso não pode se tornar um hábito!!!  Vou colocar uma imagem anyway!


Um comentário:

  1. Nossa ! Já tinha me esquecido da velha !!!
    adorei essa comparação do jogo dramático e teatral com as bicicletas !Gosto muito da idéia da interdisciplinaridade e de narrativas para impulsionar os conteúdos !
    preciso estar com vcs !!! bjs ju

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